terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Conflitos entre bugueiros e visitantes de Fortaleza não é de hoje: A verdadeira face dos donos da praia no Ceará



Aqui não vamos defender nem Bugueiros e muito menos visitantes de Fortaleza ou outra cidade brasileira que freqüentam as praias no Ceará. Vamos expor a realidade rastreada nos dois extremos e principais pontos turísticos de praias no Ceará: Canoa Quebrada (leste de Fortaleza) e Jericoacoara (oeste de Fortaleza).
Não é de hoje que existem conflitos que morrem na falta de mais cuidados e espaço dos questionamentos das mídias tradicionais do Estado. A começar pela exploração dos estrangeiros sobre a população nativa de cada região litorânea do Ceará. Esta exploração vai desde econômica, social, sexual, cultural, e por ai vai à seqüência do maior por cima do menor. Eles chegam ao nosso litoral e não encontra dificuldades em montar seus empreendimentos (muitas vezes com dinheiro sujo): construção irregular em áreas protegidas (a máfia dos órgãos governamentais que deveriam proteger em vez de conceder a destruição), criação de hotéis e pousadas, restaurantes e estruturas que exploram tanto o visitante como a população local (a máfia dos laranjas nativos que se passam por donos dos empreendimentos). Em muitos pontos do litoral cearense parecem ilhas de países distantes em pleno Ceará, com o tanto de gringos que abocanham tudo, cospem em todos, e vivem por cima das leis nacionais.
Mas, o que tem esta introdução haver com os conflitos deste final de semana na Praia de Canoa Quebrada? Vamos primeiro expor aqui a problemática por que passa o nosso litoral, em seguida falamos da falta de educação dos visitantes e nativos cearenses. Todo este incremento com moeda internacional está contaminado o nosso litoral, não apenas do Ceará, mas do Nordeste. O que deveria gerar riquezas entre a população local gera para os gringos e seus laranjas, geralmente são nativos brasileiros. Estas duas praias citadas inicialmente sobrevivem de explorar até a alma do turista mais ingênuo. A culpa é de quem? Dos nativos ou dos gringos que inflacionam o lugar? Ou do Governo do Estado que fica omisso não intervém no caso?
O conflito visto neste final de semana em Canoa Quebrada entre alguns integrantes do grupo de jipeiros do Comando Apache e integrantes da Associação de Bugueiros de Canoa Quebrada reflete muito disso. A verdade é que os Bugueiros se acham a entidade máxima do lugar (julgam o que é certo e errado), os únicos que podem ou não podem fazer algo por falta de uma fiscalização, ausente de servegonhice, dos órgãos responsáveis do Estado. Desde o meio ambiente a segurança pública do lugar.
Outra verdade que precisa ser dita é que muitos donos de pousada, Hotéis, restaurantes e do transporte (Bugueiros) não gostam da visita de pessoas de Fortaleza por julgar pessoas trabalhosas, farristas, e que gastam menos do que um turista de outra região. Realmente os turistas de origem da capital cearense (não na sua maioria) promovem o desequilíbrio do ambiente praiano com o uso de som alto, em paredões, nos finais de semana prolongados, e feriados. E também por conta do aumento do número de veículos circulando nas vilas e nas praias, dificultando a vida de quem ganha dinheiro fazendo as rotas, como os Bugueiros. No entanto, nada que não possa ser sanado criando leis no lugar (mas, leis respeitadas por todos e não apenas por visitantes de Fortaleza). Os visitantes de fortaleza gastam menos que os visitantes de outros lugares devido já saberem onde encontrar produtos com preços menos exploradores, isso irrita os donos de empreendimentos das praias. Um exemplo disso é o consumo de bebidas que os fortalezenses sempre andam com suas caixinhas de isopor enquanto os turistas de outras regiões compram nos bares e restaurantes que oferecem nas praias. Mas, o erro já começa ai, pois devido a proximidade com as praias do interior o visitante de Fortaleza é o que vai mais vezes ao lugar durante o decorrer do ano. Levando consigo recursos para se gastar nas praias.
Os Bugueiros das praias do Ceará se acham os donos das areias. Assim também como muito “fodoquinha” da capital se acha o rei fodão quando viajam para estas praias no Ceará com seus carrões. O conflito é quase inevitável. Desde a rota que ninguém respeita nas trilhas, até o finalmente com as agressões físicas. O conflito quase sempre se dá com turistas cearenses (onde era para ter um maior equilíbrio de respeitabilidade, já que os dois são conterrâneos de mesmo Estado).
Ano passado em Jericoacoara flagramos um Bugueiro que furou a fila de dezenas de carros a espera da balsa da volta da Lagoa da Tatajuba. O Bugueiro achando ruim as centenas de reclamações do grupo de Fortaleza ameaçou todos mostrando uma imensa faca. Há um pequeno grupo de Bugueiros que parece que não se toca que deve tratar turistas tanto da capital como de outros lugares com respeito e educação, já que sobrevivem do turismo.
Entretanto, o respeito do visitante é fundamental. A poluição sonora, o respeito à natureza deve ser seguido por todos e não apenas pelos visitantes. Se não pode andar quadriciclo em determinado lugar, também não deve andar veículo de ninguém, seja de Bugueiro, outro nativo ou de pessoa que se identifica como dono do mundo. A praia é de todos, e deve ser utilizada com respeito e educação. Explorar turistas com altos preços é agressão de alta periculosidade, explorar turistas sem dar opção de comprar também se trata de agressão, explorar a natureza para construção de barracas de praias a grandes resorts também se trata de um imenso abuso de violência. Explorar os nativos e desrespeitá-los é incoerente e imaturo. Áreas para livre trânsito de veículos nestes lugares paradisíacos devem ser demarcadas. Tratar o turista fortalezense com desprezo e desdenho é destruir toda a imagem da propaganda paga por todos os cidadãos do Ceará que impulsiona o desenvolvimento do turismo tanto em Jericoacoara, como em Canoa Quebrada. Se não queremos consumir pelo motivo de se sentirmos explorados temos esta livre escolha. Pagamos com impostos a propaganda que trás turistas do Brasil e do mundo para estas praias, o cearense depende de suas praias, assim como estes paraísos precisam de todos os cearenses. Turismo este que enche os “buggys” de visitantes, as pousadas, hotéis, e restaurantes de clientes, seja de propriedade dos gringos ou dos nativos. A praia não tem donos, nem mesmo o mais velho morador do lugar é seu possuidor. Falta respeito e educação tanto dos visitantes de Fortaleza que reviram o lugar de cabeça para baixo, como dos gringos e dos nativos que muitas vezes exageram na dose. Ache bom ou ache ruim, neste episódio de Canoa Quebrada quem saiu perdendo foi o turismo, e toda população do lugar, é isto!

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