sexta-feira, 5 de junho de 2009

Enquanto isso: Chegou a época dos sacos plásticos andarilhos no alto pelas ruas



Aquários dos dilúvios me digam
Sacolas plásticas por que escapam pelo vento e acolhe as ruas?
Sacolas nos cruzamentos a voar sobre veículos aguaceiros
Direção aleatória dos conflituosos ventos
Copa, projetos, crescimento, evolução
O pobre continuava morrendo afogado
Na fome da seca, da opressão do plástico que asfixia as assombrações
Seres humanos em valas comuns
Todos estirados cobertos por pedaços de sacos
E as sacolas a voar sobre a cidade
Professores em greve sem saco
Sacolas plásticas a rodopiar sobre prédios, gente e carros
Hospitais sem médicos e remédios
Sacos plásticos a subir, a descer, indo pra cá e pra lá, a procura da rota
Os jornais e TVs fazem o que querem com a imaginação do cidadão
Os sacos voando calmamente a percorrer todo o sopro da cidade de rotas
Sacos e sacolas plásticas a ver deteriorar a política vazia
Tempo, atmosfera a planar o saco que escapula das mãos e corre as esquinas
O vento a transformar o ar
Em aves de plásticos a rodar onde a ventania levar
Sacos a ensacar o mundo, a vida, os dilúvios

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