terça-feira, 30 de junho de 2009

Nas tramóias continuam destruindo o resto do Parque do Cocó







Especulação imobiliária danada que teima em devastar o Cocó. Maltratando, engolindo, sepultando sementes vivas. Na confluência das leis, só quem vê, é quem tem um resto de coração. Máquinas que rasgam mangue adentro, na beira do rio e sua imensidão. Tudo legalizado, tudo tranqüilo nas bênçãos do dinheiro em ação. Pobre Cocó acuado, entre prédios, prestigio, poder e decepção. Caranguejo sem ar, peixe sem nadar, só rodas, concreto e fumaça na cúpula da destruição.
Raízes deterioradas, água acorrentada. Todo dia a cidade entra mais no Cocó. De rio e floresta encantada. Petrificando raízes, expandindo telhas. Na purificação do ar condensado das fábricas. Construtoras de moradas e escritórios, de janelas amordaçadas para o resto do verde. Que chora ao lembrar-se do passado, no desespero da modernidade. Na triste testemunha solitária do desmatamento. Pobre Cocó acuado, na beira da ambição com desculpa de desenvolvimento. No futuro será apenas uma praça, para que todos possam lembrar que um dia foi uma floresta de mangue e exaltação.

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