quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

OBAMA - COMEÇA O GRANDE DESAFIO!

Sou mais um entre os que engrossam a fila daqueles que simpatizam e torcem pelo sucesso de Barack Obama na presidência dos Estados Unidos.
Num outro post aqui no blog, logo após a sua eleição, escrevi que não sabia muito sobre ele e que achava imprevisível o que aconteceria após a sua posse. Continuo pensando da mesma forma, um pouco mais empolgado, talvez. Apesar disso, acredito no que ele representa até então e desejo o seu triunfo como presidente.

Na tarde de ontem não consegui desgrudar da TV ciente de que estava assistindo a um dos mais importantes acontecimentos da história mundial. A cerimônia de posse do novo presidente dos Estados Unidos foi emocionante e reuniu signos como Martin Luther King, Gandhi, liberdade, democracia, Abraham Lincoln, racismo, igualdade, justiça, supremacia e desafio.
A cada pronunciamento das autoridades americanas, palavras fortes e novas emoções.

Depois de já ter visto anteontem Stevie Wonder cantando na festa para Obama, assistir Aretha Franklin cantando "Let Freedom Ring", que já foi hino americano, foi de arrepiar.
Pra mim, os dois melhores cantores vivos.
Visivelmente emocionada e mesmo com a voz ainda meio "fria", a Rainha do Soul arrasou.

No momento mais esperado, o seu discurso, achei Obama consciente quando reafirmou que as profundas e corajosas mudanças que os Estados Unidos precisam fazer podem demorar bem mais do que se imagina. Ele sabe que será cobrado (mundialmente) ao extremo e terá que usar todo o seu carisma e boa oratória na condução do seu mandato.
Parece ter os pés no chão.
Reafirmou também o seu compromisso com as mudanças, tônica da sua campanha.
Falou como um "prometido" quando se referiu a uma nova era para a América e para o mundo. Quando fala assim, passa a impressão de que sabe exatamente o que está fazendo e de que confia muito no seu taco.
Tomara.

Um trecho do seu discurso:

"Nossos desafios podem ser novos. Os instrumentos com os quais os enfrentamos podem ser novos. Mas os valores dos quais nosso sucesso depende – trabalho árduo e honestidade, coragem e fair play, tolerância e curiosidade, lealdade e patriotismo –, essas cosias são antigas. Essas coisas são verdadeiras. Elas foram a força silenciosa do progresso ao longo de nossa história. O que é exigido então é um retorno a essas verdades. O que é pedido a nós agora é uma nova era de responsabilidade – um reconhecimento por parte de todo americano, de que temos deveres para com nós mesmos, nossa nação e o mundo, deveres que não aceitamos rancorosamente, mas que, pelo contrário, abraçamos com alegria, firmes na certeza de que não há nada tão satisfatório para o espírito e que defina tanto nosso caráter do que dar tudo de nós mesmos numa tarefa difícil."

Está na internet, procure e leia na íntegra. Vale a pena.

Uma coisa interessante foi o fato de a multidão não vaiar George Bush demonstrando respeito ao ex-presidente (apesar do mais alto índice de rejeição da história americana) e à democracia. Tomaram esta atitude mesmo estando todos querendo dar um bye bye sonoro ao ex-presidente.
Imagino como seria se fosse aqui no Brasil.
Obama foi ovacionado como um ídolo, um pop star, de forma explosiva quando apareceu para as mais de dois milhões de pessoas que assistiam a cerimônia no National Mall em Washington. No vídeo, pessoas gritando, chorando, se abraçando, uma loucura.
Não podemos negar que tudo o que envolveu a sua campanha, a sua retórica, o seu rápido e surpreendente crescimento e vitória, tudo isso deu a Obama uma aura de "salvador". Mais do que o novo presidente dos Estados Unidos, ele passou a representar para os americanos e para o mundo uma esperança de um mundo melhor, mais igual, mais pacífico, mais humano.
As expectativas são gigantescas e ele terá que segurar uma barra enorme quanto a isso pois assume o comando da América no momento da maior crise econômica mundial desde o quebra de 1929 (talvez a maior de todos os tempos, vamos ver!), e com a maior dívida que um presidente americano já assumiu.
Sem dúvida, os caminhos que Barack Obama indicar de agora em diante para os Estados Unidos influenciarão o resto do mundo.
E o resto do mundo sabe disso.

- Resolver esta crise econômica americana e retirar as contas do vermelho (ao contrário de Bill Clinton que deixou o país com superávit, Bush deixou um déficit público na marca dos trilhões);
- criar emprego para 11 milhões de americanos, desemprego recorde;
- fechar Guantánamo em Cuba;
- apresentar soluções para a grave e complicada questão energética;
- decidir sobre o Afeganistão, o Paquistão e o Iraque,
- tentar a diplomacia com o Irã e Coréia do Norte com relação à ameaça nuclear;
- definir uma posição mais adequada em relação a Israel e região;
- limpar a imagem dos Estados Unidos perante o mundo.
Esses são alguns dos desafios imediatos de Barack Obama.

Diante de toda essa comoção e expectativa mundial, se triunfar, Barack será "o cara", o "presidente" do mundo.
Se fracassar, nem imagino o que será.

Agora é arregaçar as mangas e trabalhar, mostrar prá que veio.
Faça valer a confiança que os mais de 80% dos americanos depositam em você.
Faça valer a expectativa do mundo em relacão ao seu mandato.
Faça valer o sonho de justiça e igualdade racial que Martin Luther King teve 40 anos atrás.
Faça valer também a sua admiração por Abraham Lincoln qua aboliu a escravidão dos Estados Unidos e que buscou unir os americanos.
Boa sorte!
O mundo espera.

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