Está mais do que comprovado que ter uma vida sexual ativa traz, além do prazer físico, benefícios que reverberam para o todo o corpo mesmo depois do
Para o psiquiatra Aderbal Vieira Jr., coordenador do Ambulatório de Tratamento do Sexo Patológico do Proad (Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes), o dependente de sexo não tem as mesmas características dos pacientes com
De acordo com a psicóloga e terapeuta sexual do ISEXP, (Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e Medicina Psicossomática) Arlete Gavranic, as origens dessa compulsão podem estar na infância. "Crianças que apanharam muito, têm maiores chances de desenvolver a dependência por sexo, como uma busca de um prazer que não tiveram. Da mesma forma, aquelas que não recebem carinho nenhum, podem tornar-se dependentes de sexo, buscando inconscientemente uma compensação."
Sintomas da compulsão Uma das características dos viciados em sexo é a de estar sempre pensando ou fantasiando algo relacionado a sexualidade. "São pensamentos constantes, que deixam a pessoa inquieta", explica Arlete Gavranic. Mas como saber se seu comportamento é inofensivo ou caracteriza compulsão? A terapeuta esclarece que o sexo patológico fica evidente quando esse desejo passa a atrapalhar a vida da pessoa, impedindo-a de fazer atividades normais, (trabalhar, estudar, ir a eventos sociais, praticar esportes, ter um lazer) que exigem concentração e dedicação.
Além disso, dificilmente o dependente consegue se concentrar em algo que não esteja relacionado ao sexo. Sendo assim, não só as pessoas que fazem muito sexo podem ser viciadas, mas também as que fantasiam ou se masturbam excessivamente. No caso da masturbação, em casos extremos de dependência, a pessoa pode chegar a machucar o pênis ou a vagina de tanto estimular a região. Outro indício é quando a pessoa interrompe o que está fazendo ? trabalho ou estudo, por exemplo - para se masturbar.
A compulsão também é conhecida por outros nomes: erotomania (para os homens) e a ninfomania (no caso das mulheres). Em geral, quando há a busca de parceiros, acontece uma ansiedade no momento da pré-atividade sexual e, após o orgasmo, segue-se uma sensação de culpa ou de vazio com bastante frequência.
Quem possuiu parafilias não é necessariamente um compulsivo. Elas são um tipo de comportamento sexual em que a fonte de prazer não está no ato sexual em si, mas em objetos, situações ou tipos específicos de parceiro. É o caso do masoquismo, fetiche por pés, por animais, entre inúmeros outros exemplos. "As parafilias existem aos montes e não são necessariamente indício de dependência em sexo. Acontece que, os compulsivos, não têm o controle sobre esse tipo de comportamento, às vezes, colocando-se em situações arriscadas", diz Arlete.
Tratamento
O tratamento psicoterapêutico é a indicação eficaz para aqueles que aceitam a ideia de que estão com dificuldades e que sozinhos dificilmente conseguirão resolver esse problema. O mais comum é que o paciente receba auxílio de um médico em conjunto com um psicólogo. Em alguns casos, mais extremos, haverá necessidade também de medicação receitada por um psiquiatra.
No Brasil, o maior grupo de terapia para dependentes de sexo é o DASA (Dependentes de Amor e Sexo Anônimos). A entidade tem como base o tratamento fundamentado nos 12 passos, assim como os Alcoólicos Anônimos, atuando em diversos estados do País. Qualquer pessoa pode frequentar as reuniões, que são gratuitas. Outra referência no tratamento da dependência em sexo é a clínica Instituto Paulista de Sexualidade (InPaSex), na cidade de São Paulo. Aderbal Vieira explica ainda que muitos dos métodos utilizados para a cura dessa dependência propõem a abstinência de sexo como uma forma de o paciente conseguir se libertar da compulsão.
O psiquiatra, entretanto, discorda que a abstinência seja algo recomendável. "Quando falamos em drogas, faz sentido falarmos em abstenção, porque as drogas não são algo natural para o organismo como o sexo. O sexo em si é algo necessário à boa saúde e ao bem-estar e, sendo assim, geralmente, aqueles que tentam a abstinência, não conseguem mantê-la por muito tempo e acabam frustrados pensando que nunca se libertarão da dependência", aponta Aderbal.
O teste a seguir é utilizado no diagnóstico da doença pelo PROAD, a partir da tradução de um teste desenvolvido por Patrick Carnes, nos Estados Unidos, Ph.D em dependência de sexo . Caso você responda "sim" a mais de seis questões, há uma maior probabilidade de ter dependência de sexo. Entretanto, o diagnóstico deve ser feito por outros meios, com ajuda profissional.
"O sexo patológico fica evidente quando esse desejo passa a atrapalhar a vida da pessoa, impedindo-a de fazer atividades normais"
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