domingo, 28 de dezembro de 2008

O ETANOL BRASILEIRO E O PORTA-AVIÕES AMERICANO

É um fato que daqui a algum tempo o planeta Terra não mais conseguirá alimentar e abrigar a humanidade.
Se a população mundial continuar crescendo como está, não haverá sustentabilidade para tanta gente neste planeta.
É uma questão matemática.
Observando também por outro aspecto, não creio que, com o avanço crescente da ciência e da medicina, haverá de tempos em tempos epidemias do tamanho da Peste Negra do século XIV ou da Gripe Espanhola após a Primeira Guerra Mundial que dizimou milhões de pessoas em todo o planeta.
Portanto, não haverá comida para tanta gente já que chegaremos no limite das terras agriculturáveis.
Mesmo que toda a agricultura do mundo se modernize, ainda assim chegaremos a um limite.
Também o ar, a água, o meio ambiente como um todo não terá mais condições de sustentar a vida por motivos que já conhecemos

Sinais desse final trágico já nos rodeiam há algum tempo.
A destruição da camada de ozônio que gera o efeito estufa e a mudança climática; a poluição da atmosfera, dos mares e dos rios; a falta de alimentos para os 6 bilhões de habitantes do planeta; o aumento da temperatura global que causa degelo das calotas polares e o consequente aumento do nível do mar; e muito mais.
O assunto em voga no momento é o preço dos alimentos no mundo que, segundo dados, desde o ano passado prá cá aumentou em média 40% nos mercados mundiais. Também o preço das matérias-primas essenciais duplicaram no mundo todo, diz as estatísticas. Discutido em todo o mundo, este assunto tem gerado polêmica e controvérsias.
Como fatos, há a inflação crescente em vários países do mundo puxada pelo preço dos alimentos. Há também a violência em alguns países causada pela alta desses preços.
Nesta semana, a ONU se manifestou a respeito: Apontou como principal culpado a utilização de áreas agriculturáveis para a produção de biocombustívis, no caso, o etanol. Com isso, as críticas se voltam para o Brasil que está chamando a atenção do mundo pelo sucesso do seu programa do etanol e pelo notório desejo de outros países de ter a área territorial agriculturável que temos aqui.


Eu não estou totalmente inteirado sobre este assunto mas me parece que querem jogar a culpa na violenta explosão do etanol brasileiro que é produzido com base na cana de açúcar. Dizem agora que a produção do etanol causa desmatamento e também substitui áreas utilizadas para a produção de alimentos.
É engraçado isto acontecer no exato momento em que todo o mundo (em maior grau os países desenvolvidos) está de olho no nosso etanol e que há uma possibilidade de o Brasil virar o jogo dentro do mercado de combustíveis no mundo. Parece até intencional toda essa polêmica.

Se observarmos bem, há realmente um grande problema nos Estados Unidos relacionado ao biocombustível. Lá eles produzem o etanol a partir do milho que é alimento chave na alimentação animal e que requer uma quantidade de energia bem maior para a sua produção do que para a mesma quantidade de combustível extraído da soja. Além disso, estão substituindo plantações voltadas para a produção de alimentos por colheitas destinadas a produzir biocombustível.
No caso do continente europeu, já não há lá terras aráveis. Se eles quisessem produzir bio combustíveis teriam realmente que reduzir a sua produção de alimento. Como não podem fazer isso, terão que ser importadores de etanol ou continuar pagando o preço constantemente inflacionado do petróleo.
Segundo dados do governo brasileiro, nada disso acontece por aqui: Dos 851 milhões de hectares que o Brasil tem, 400 milhões são aráveis. Deste número, 60 milhões de hectares poderiam ser usados para expansão do etanol, já que se trata de terras degradadas pela pecuária. O produto do Brasil é feito a partir da cana e é mais ecológico e econômico, disse o presidente Lula. Além disso, a cana não está entre os alimentos com preço em alta no planeta.
Lula também cita um dado importante: Em pouco tempo o barril do petróleo subiu de US$ 30 para US$ 103. É muito estranho alguém fazer crítica à produção de biocombustíveis sem fazer nenhuma crítica ao preço crescente do petróleo. Parte da inflação dos alimentos não pode estar sendo causada pelo aumento no preço do transporte, causado pela alta do barril de petróleo?
Há outros dados também muito interessantes: Se olharmos o mapa do Brasil, as grandes áreas produtoras de cana-de-açúcar estão muito longe da nossa fronteira agrícola, e muito longe inclusive da Amazônia. No Brasil, a área utilizada pela pecuária, por exemplo, é de 20%. A cana usa menos de 4% do território. Só modernizando as áreas de pastagens e reduzindo a área utilizada, não precisaríamos usar área mais nenhuma no país para plantar cana. Além de tudo isso, o uso do etanol também reduz a poluição ambiental das grandes cidades, principalmente com a popularidade dos carros com tanque de combustível flexível.
Lula também está certo quando diz que o preço dos alimentos anda subindo porque os pobres estão comendo mais por aqui. Também no mundo, as populações dos países emergentes, principalmente da China, têm consumido mais grãos.

O fato é que o mundo inteiro quer o etanol e o Brasil é o país que mais poderá tirar vantagens econômicas e estratégicas disso. Com o aumento constante e assustador do preço do barril de petróleo, o mundo inteiro está em busca de novas matrizes energéticas.
E o álcool está no topo dessa lista.
O engraçado disso tudo é que o álcool já havia sido vedete aqui no Brasil quando do lançamento do Proálcool em 1975 pelo governo brasileiro em contraponto ao alto preço do petróleo. Os primeiros carros totalmente movidos a álcool surgiram por aqui em 1978. Este programa deu certo até 1986 quando o preço do barril do petróleo caiu para U$12,00 no mercado mundial. Aí veio a decadência do álcool combustível no Brasil com a crise de abastecimento em 1989. Muitos compradores de carros movidos a álcool sentiram-se traídos pelo governo. O Brasil chegou a importar etanol para garantir o abastecimento dos veículos movidos a álcool durante a década de 1990.
Hoje em dia vivemos uma nova era do álcool com forte expansão dos canaviais. O carro flex fuel foi introduzido por aqui em 2003 e hoje alcança mais de 75% dos carros vendidos no Brasil. Dessa vez, esta explosão está sendo impulsionada em maior parte não pelo governo mas pela iniciativa privada que vê claramente o álcool como o provável combustível mais importante no Brasil e no mundo.

Aproveitemos então esta fase e esta oportunidade.
Somos a bola da vez!
É importante neste momento o Brasil atentar para a preservação da sua soberania.
Soberania sobre o seu território e sobre o que produzimos aqui.
Hoje o mundo inveja o Brasil neste aspecto.
A OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) não gosta.
O etanol do milho dos Estados Unidos é problemático.
A Europa não possui mais áreas agriculturáveis.
A Índia e a China não têm grandes áreas para expandir a sua agricultura.
E olha nós na fita...
Vamos torcer para que o governo brasileiro tenha inteligência, diplomacia e força para aproveitar esta fase e tirar proveito dela.

Coincidentemente me deu um frio na barriga quando estava escrevendo esse texto e vi na TV o porta aviões americano George Washington, a maior arma de guerra do mundo, fazendo manobras e simulações de guerra próximo ao Rio de janeiro.
Qual foi mesmo a desculpa americana para a invasão do Iraque?
Eles agora estão preocupados é com a segurança na América latina...
Deus tá vendo...



Agora, só para distrair, uma piadinha sobre a arrogância americana:


"Arrogância americana

O diálogo abaixo é tido como verídico e foi travado em outubro de 1995 entre um navio da Marinha Norte Americana e as autoridades costeiras do Canadá, próximo ao litoral de Newfoundland.

Os americanos começaram educadamente:
— Favor alterar seu curso 15 graus para norte para evitar colisão com nossa embarcação.

Os canadenses responderam prontamente:
— Recomendo mudar o SEU curso 15 graus para sul.

O capitão americano irritou-se:
— Aqui é o capitão de um navio da Marinha Americana. Repito, mude o SEU curso.

Mas o canadense insistiu:
— Não. Mude o SEU curso atual.

A situação foi se agravando. O capitão americano foi se exasperando e berrou ao microfone:
— ESTE É O PORTA-AVIÕES USS LINCOLN, O SEGUNDO MAIOR NAVIO DA FROTA AMERICANA NO ATLÂNTICO. ESTAMOS ACOMPANHADOS DE TRÊS DESTRÓIERES, TRÊS FRAGATAS E NUMEROSOS NAVIOS DE SUPORTE. EU EXIJO QUE VOCÊS MUDEM SEU CURSO 15 GRAUS PARA NORTE. REPETINDO UM - CINCO, GRAUS NORTE, OU ENTÃO TOMAREMOS CONTRAMEDIDAS PARA GARANTIR A SEGURANÇA DO NOSSO NAVIO.

E o canadense respondeu:
— Isto aqui é um farol. Câmbio!"

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