segunda-feira, 17 de agosto de 2009

De repente 30 Entenda porque mulheres ficam de cabelo em pé ao se tornarem balzaquianas

De repente 30
Entenda porque mulheres ficam de cabelo em pé ao se tornarem balzaquianas

Foto: Divulgação

Cena da peça Confissões de 30, que já teve mais de 70 mil expectadores

Parece que num piscar de olhos a vida passa sem a gente perceber. Um dia é a tão esperada festa de debutante, no outro é chamada de tia pelos moleques do condomínio. E quando você menos espera, está prestes a completar três décadas de vida. É nessa hora que muita gente entra em desespero, inicia uma avaliação da vida, lamenta algumas coisas que queria ter feito, lembra de amores do passado e imagina como a vida seria se tivesse casado com aquele primeiro namorado. Não se preocupe, você chegou na crise dos 30.

A fase é tão comum que até virou espetáculo teatral, Confissões de Mulheres de 30, com dramaturgia de Domingos de Oliveira, numa abordagem bem-humorada das preocupações e temores das mulheres nessa faixa etária. O enredo baseia-se em histórias confessionais, inspiradas em relatos verídicos. As atrizes abordam temas como casamento, primeiro namorado após a separação, filhos, ex-marido, grandes sonhos, sexo, trabalho, preocupação com a maturidade e o descontrole emocional. A peça mostra de maneira divertida como pensam e lidam com as realizações e frustrações típicas da idade balzaquiana, a que muitos chamam de segunda adolescência.

"A gente fala desse estado de espírito que é ter 30 anos, mas não necessariamente ele condiz cronologicamente com a realidade. Tem mulheres que vão à peça com 70 anos e dizem que passaram por isso e meninas de vinte que também se identificam", explica Camila Raffanti, atriz que está no elenco do espetáculo.

"Acho que 30 anos é a idade da sinceridade. É a como se a gente virasse uma grande faxineira e começasse a fazer uma enorme limpeza na vida. Colocando fora o que não serve mais e resgatando planos antigos", completa Juliana Araripe, também integrante do elenco.


Quem entende do assunto

Foto: Divulgação

A baixa auto-estima é uma das caracteristicas durante a crse balzaquiana

Para a psicóloga Viviane Scarpelo, a vida é constituída por fases e para cada uma delas, muitas vezes, existem dificuldades e preocupações. "Quando criança, nos preocupamos com as diferenças dos colegas da escola, que ocorrem nos nossos corpos; na adolescência, a preocupação geralmente é saber quem está namorando e, quando adultos, a preocupação é com a carreira, estabilidade financeira, casamento e filhos. Em todas essas situações, a comparação se faz presente e é um grande gerador de baixa autoestima ou insegurança", pontua a especialista.

"Fiquei horas trancada no banheiro chorando muito no dia do meu aniversário. Via a vida das minhas amigas e comparava com a minha, me sentia uma fracassada e além de tudo, achava que estava ficando velha para correr atrás dos meus sonhos", conta a profissional de relações públicas, Amanda Miranda, hoje com 35 anos.

Viviane diz que a crise pode começar nas frustrações do passado e com o medo do futuro. "Termina quando se tem mais autoconfiança, consciência e autoestima, para saber o que se quer e a partir de agora depositar suas energias para chegar onde deseja estar a médio ou longo prazo", aconselha.

"Fiquei alguns dias bem mal depois do meu aniversário, sem saber porquê, mas garanto que minha vida mudou depois dos 30. Realizei muita coisa nesse cinco anos. Me sinto mais feliz hoje do que quando tinha 35. Depois da crise descobri que a vida começa nos 30", comemora Amanda.

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