terça-feira, 8 de junho de 2010

Causos da vida: Já sinto saudades das dunas do Cumbuco

Antes era apenas areia que se amontoava em meio ao vento, e lá embaixo o mar sem coqueiros conquistava os olhares. Depois a estreita estrada cortando as dunas. Depois chegaram os coqueiros que vieram junto aos milhões de turistas que despertavam o deslumbre a cada foto registrada das dunas do Cumbuco. Em seguida vieram os importados pinheiros que passaram a fazer parte da paisagem natural do lugar. Os pinheiros cresceram, o paraíso saiu em filmes, novelas, reportagens pelo mundo inteiro. E despertou atenção de empresários estrangeiros. Hoje diante meu igual encantamento, desde a primeira vez que fui ao lugar, já tenho saudades das dunas do Cumbuco, do Pico das Almas abençoado por ser tão magnífico de delicadíssima beleza.
Mas, eis que ergueram primeiro um condomínio de casas de luxo para gringos endinheirados, depois uma estrutura para se fazer um resort mil estrelas. As dunas, o Cumbuco, as Almas agora estão desfloradas pela multidão que leva a construção passar por cima dos grãos. Abrindo fronteiras e destruindo o típico e inesquecível cristalino do recinto. Não que o desenvolvimento não possa alcançar aquele lugar, mas prefiro ainda as dunas, as Almas do Cumbuco do jeito que era. Sem duplicação da pequena estrada de terra e pedra, sem hospedagem luxuosa ou campo de golfe para tirar estresse de homens rodados pelo mundo. Prefiro a praia deserta. O silêncio quebrado dos coqueiros e do mar. Ache bom ou ache ruim, partes das dunas do Cumbuco estão sendo neste momento destruídos, é isto?
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Confira o triste espetáculo das máquinas da destruição promovida pelo Estado nas dunas do Cumbuco:






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