quarta-feira, 22 de julho de 2009

Sintonia direta do sudeste brasileiro


Como é importante o Ceará e o Nordeste possuírem emissoras de TV (abertas) via satélite para todo o Brasil. O imenso interior nordestino está infectado por antenas parabólicas que captam apenas emissoras do mundinho sudestino. O pior de tudo é que não há política para pressionar por uma eventual mudança.
A única TV que o Nordeste tinha via satélite foi ceifada por um golpe jamais visto em terras brasileiras. A programação das emissoras da parabólica é toda enlatada por uma realidade social, cultural diferenciada das muitas antenas que captam interior sertanejo afora. Não que a programação das emissoras de TVs nordestinas tenha uma qualidade superior as do sudeste exportador de idéias, mas é preciso escutar o sotaque local, valorizar nossa cultura através da tela da TV, mostrar a realidade local, nós conhecermos, e nós identificarmos com a programação que é apresentada na TV.
Milhões de residências, e milhões de pessoas do interior cearense conhecem melhor as entrâncias de São Paulo (sua cultura, seu povo) pelas gigantes redes de TV, do que a própria capital do Estado (tanto no real como no transmitido pela TV). O poder político-econômico tenta centralizar, através dos meios de comunicação, um só lugar (para facilitar sua dominação idealizadora). Daí, mais ainda a importância de se distribuir as emissoras de TV, via satélite, Brasil afora. Não há (e nunca existiu) incentivos dos Governos por quê? Talvez pela pressão psicológica ditatorial de algumas redes de TV que prezam pelo monopólio e cartel no setor.
A sintonia única e exclusiva do eixo Rio - São Paulo deixa evidente a antiética e o desrespeito do ambiente monopolista das grandes redes perdido na falta de autoridade popular, fiscalização, ignorância, e fragilidade democrática dos governantes dos Estados do Nordeste, da esfera Federal.
É preciso que no Brasil exista pelo menos uma emissora de TV via satélite em cada região deste país continental (seja estatal ou de iniciativa privada). Mas, que dê prioridade não as redes de TV privada que ai estão, de explorar este setor de regionalização, e sim uma nova geração de pessoas e idéias que possam formalizar uma verdadeira revolução na área televisiva. O Brasil é grande demais para unificar em um só ponto o que pode ou não ser assistido pelo resto do país. Todo cidadão tem o direito de saber mais (no aprofundamento da causa) sobre outras regiões do país através do meio da TV. Não é possível viver neste imenso Brasil onde apenas o eixo RJ-SP domina todo o mercado e dita o que pode ou não ser assistido em todo território nacional. É preciso políticas ajuizadas, mobilização da sociedade civil para reivindicar a verdadeira liberdade no satélite. Não pode apenas São Paulo e Rio de Janeiro influenciar todo o interior conectado a parafernália das antenas parabólicas. São casebres que apontam suas janelas aos céus. Gente que trabalha na roça, que sente sede, e passa até fome, mas tem a oportunidade de ver o mundo através da TV. Que pena que este “mundo” é ceifado pelo sotaque estrangeiro, e não se tem uma única opção em solo nordestino. Ache bom ou ache ruim, o satélite precisa mais de cabra nordestino se exibindo, é isto!

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