quinta-feira, 9 de julho de 2009

Corrija sua postura e ganhe saúde


A Cinesiologia é um termo que provém etimologicamente das palavras gregas kínesis (movimento) e logos (estudo). É considerada pela medicina tradicional um tratamento natural perfeitamente regulamentado, mas de caráter auxiliar em diferentes tratamentos paliativos.

Aqueles que defendem a Cinesiologia a elevam à categoria de ciência. Sua base principal é a interpretação da linguagem corporal por meio de proprioceptores, pequenos terminais nervosos espalhados por todo o organismo.

A busca desses pontos e sua correção mediante massagem muscular, manipulação de articulações e bons hábitos posturais constituem a base dessa forma de tratamento.

O argentino Ariel Joselovsky, especialista em tratamento de dores e autor de livros sobre Cinesiologia, assegura à Agência Efe que o corpo "vive em conflito desde que levantou a cabeça". "Isso trouxe consigo dores posturais que aumentam com as tensões que vivemos a cada instante", completou.

A gravidade terrestre

Joselovsky diz que as tensões que levam às doenças mais frequentes "derivam da alteração postural". Põe, por isso, a reabilitação postural em linha "com a gravidade terrestre", porque "desde nosso nascimento até a morte, essa força afeta nossa evolução".

Desde sua época de réptil até a postura bípede atual, passando pela de quadrúpede e semi-ereto, o humano evoluiu para manter a cabeça o mais alto possível.

Isso foi gerando mudanças posturais que promoveriam o desenvolvimento do indivíduo atual, acrescenta Joselovsky.

Nesse processo de conversão em bípede, o corpo humano chegou a produzir verdadeiros "conflitos" entre as redes miofaciais - formadas por músculos, ligamentos -, em "seus dois tons possíveis, o neurológico e o mecânico, e a interação entre ambos", diz em seu livro o fisioterapeuta, que é doutor em Cinesiologia pela Universidade de Buenos Aires.

Com experiência de mais de 20 anos cuidando de corpos atingidos pelas tensões do mundo moderno, Joselovsky constata que "compreender individualmente as principais guerras no corpo de um paciente é aprender o mapa de ação no tratamento para recuperação da postura". Acrescenta que essa recuperação, "de acordo com a biomecânica natural que nos torna mais eficientes e saudáveis", se manifesta por meio do "desaparecimento das dores, da diminuição da fadiga e do aumento da capacidade de mobilidade corporal".

O cinesiologista estudou vários tipos de conflitos dentro do corpo. Entre elas, as produzidas como reação dinâmica dos desequilíbrios corporais, as que têm origem emocional e as que são patologia. "O verdadeiro problema ocorre - diz - quando essas guerras se perpetuam no tempo e ganham força a ponto de transformar a plasticidade das redes miofaciais", criando "formatos indesejáveis" que afetam os tecidos.

O corpo avisa

Chegado a esse ponto do conflito, o corpo avisa e aparece a dor, uma sensação que, segundo Joselovsky, pode ter seu início em palavras indesejadas que ao "atravessar" o organismo podem produzir uma lesão física.

O sistema nervoso reage a essas palavras indesejadas enviando seu alerta ao músculo, que aumenta então sua eletricidade e provoca um desequilíbrio que desencadeia e dá lugar a uma "guerra tônica", conclui o especialista.

George Goodhearth, quiroprático americano e pioneiro da Cinesiologia, assegura, por sua vez, que "todo músculo oferece uma resposta frágil quando o sistema que deve alimentá-lo (nervoso, sanguíneo, linfático, energético) se encontra bloqueado ou submetido a estresse".

Embora o objetivo principal da Cinesiologia seja o tratamento das dores físicas, aperfeiçoando posturas e recuperando o esquema corporal, também é aplicável em problemas e áreas clínicos tão díspares como insuficiência respiratória, cardiovascular, traumatologia, ortopedia, medicina esportiva, afecções neurológicas e geriatria.

Exercício e diabetes

Em relação à endocrinologia, um estudo da Universidade de Michigan (EUA) demonstrou que basta apenas uma sessão de exercício para alterar o metabolismo das gorduras no tecido muscular e prevenir assim o diabetes tipo 2.

O estudo, publicado na revista "Journal of Clinical Investigation", contou com a participação de Jeffrey Horowitz, professor do departamento de Cinesiologia da Universidade de Michigan.

A pesquisa mostra que uma baixa sensibilidade à insulina é um problema especialmente grave em pessoas obesas devido à excessiva quantidade de ácidos graxos que são expulsos por seus armazéns de gordura no organismo.

Para a realização do estudo, os pesquisadores utilizaram oito mulheres, nas quais injetaram gordura em seu fluxo sanguíneo e posteriormente se puseram a fazer exercício durante 90 minutos a um ritmo de 75% do máximo de sua capacidade cardíaca.

Na visita seguinte, as mulheres permaneceram inativas

O estudo revelou que durante a visita com exercício, a atividade física das pacientes serviu não apenas para prevenir o aumento de gordura após a injeção. Aumentou também os níveis de sensibilidade à insulina em 25% sobre seu nível basal.

Outro estudo, desenvolvido pelo departamento de Cinesiologia da Universidade de Massachusetts e de Ciências Biomédicas da Universidade do Missouri, indicou que as pessoas que levam uma vida sedentária não só queimam menos calorias como também têm mais fome que as que praticam atividades moderadas como andar.

As conclusões dos cientistas contradizem dessa forma a crença popular de que quanto mais energia se gasta mais fome se tem. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores submeteram duas mulheres e quatro homens - todos eles jovens, magros e em boa forma física - a diferentes experiências cinesiológicas de mobilidade e de repouso ao longo de três jornadas, após fornecer a eles durante vários dias uma dieta equivalente em calorias ao gasto físico realizado.

Os voluntários afirmaram ter mais fome, sentir um maior desejo de comer e encontraram-se menos saciados quando estavam mais inativos.

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